Bom seria se, ao ínvés de exportarmos jogadores de futebol, mantivéssemos nossos craques e vendêssemos, isso sim, pacotes de televisão dos nossos campeonatos mundo afora. Mas a lógica é outra, e desde os tempos do pau-brasil nós vendemos a matéria prima para os estrangeiros produzirem o espetáculo. Já que o negócio é cifra e futebol é negócio, nós perguntamos: quanto não renderia um campeonato nacional que contasse do com os jogadores brasileiros exportados nos últimos cinco anos? Tivéssemos capital, organização e credibilidade, cuidaríamos do espetáculo e não cumpriríamos o papel de vendedores de maçã-do-amor ou de animais de circo.
O jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, traz luz sobre o assunto, no livro "Bola Fora", publicado pela Panda Books e com ilustração de Marco Antônio Rodrigues. Veja a síntese da obra, feita pela editora:
"O autor reúne a história dos jogadores brasileiros que foram trabalhar em times no exterior. Embora hoje se fale muito da venda de jogadores para os times europeus, esse tipo de transação começou há muito tempo. O primeiro caso foi em 1914, quando Arnaldo Porta deixou Araraquara para jogar pelo Verona, na Itália. Com a bagagem de quem conhece como ninguém o mundo futebolístico, PVC revela fatos inéditos dessas transações milionárias, como a ida de Falcão para a Roma no anos 80, a de Pelé para os EUA em 1977, até chegar nos dias de hoje com a venda de Kaká e Neymar. O livro traz ainda tabelas com as negociações mais milionárias [SIC] e a lista dos jogadores de todos os tempos que atuaram ou atuam no mercado europeu."
Veja, ao lado, a capa e outras informações sobre o livro.Clique aqui para conhecer uma boa matéria sobre o livro e seu autor, publicada no portal IG
www.repensafut.zip.net
ResponderExcluirVictor BR
PVC representa o jornalismo esportivo não manietado às análises espetaculosas e de seriedade em referenciais, dados e informações (detalhes), diacrônicamente. Percebe-se nele um movimentar ao encontro da criteriosidade analítica, uma renovação em curso desde meados da década de 1990. Todavia, preocupa o seu quantitativismo, estatisticismo, aplicado em suas abordagens. Não li o livro (ainda não chegou pelo correio), gosto da seriedade de seu trabalho, mas percebo uma escassez de elementos complexificadores em seu tratamento sobre os atores envolvidos na trama futebolística. Em outras palavras, as vezes sua analise é excludente do Homem como executor do futebol.